Apresentação da profª Ms. Eliza Helena Ercolin
Organizadora
Atualmente tornou-se frequente a procura por receitas da melhor maneira de educar os filhos, como se isto fosse possível. No relacionamento entre pais e filhos existem muitas variáveis que devem ser consideradas, tais como a idade, o nível de compreensão, o ambiente doméstico, grau de entendimento entre os pais, só para citar algumas. A comunicação entre pais e filhos é uma tarefa difícil, complexa, porém, na maioria das vezes, agradável; pois permite aos pais acompanharem o crescimento físico, intelectual e emocional de seus filhos.
No início, a comunicação se caracteriza pela total dependência dos filhos em relação aos pais, e com o passar do tempo, esta vai se transformando em maior autonomia.
Quem tem mais de um filho, sabe o quanto um pode ser diferente do outro. Um é mais tímido, carinhoso, calado; outro mais briguento, zanga-se com facilidade; um outro pode ser engraçado, criativo, etc.
Filhos diferentes exigem cuidados diferentes e formas diferentes de se lidar mesmo que tenham o mesmo tipo de dificuldade.
Enquanto um pode pedir ajuda em tudo o que faz, comentar todo o seu dia-a-dia, o outro pode se trancar no quarto e não querer conversar até tudo passar. São estilos diferentes, nem melhor, nem pior, apenas diferentes.
Os pais podem e devem procurar a melhor maneira de se relacionar com cada um de seus filhos, evitando principalmente as comparações que são sempre prejudiciais.
É importante conhecer cada um deles em suas particularidades, pois quanto mais sabemos como é o nosso filho, mais facilmente poderemos reconhecer mudanças significativas em seu comportamento, que poderão indicar algum tipo de dificuldade. Também, quanto mais ele sentir afeto e segurança em seus pais, mais facilmente aceitará a ajuda dos pais.
Somente colocando-se na perspectiva de seus filhos é que os pais escolherão a forma pela qual irão comunicar-se com eles.
De maneira geral, independente da fórmula adotada, é importante usar a sinceridade, linguagem adequada à idade dos filhos, e principalmente, abrindo caminho para que o relacionamento entre os pais e os filhos seja um relacionamento de pessoa-a-pessoa.
Atualmente é grande a preocupação de pais e professores quanto ao fracasso escolar das crianças brasileiras, havendo quase sempre a mútua responsabilização pelo fraco aproveitamento dos alunos.
A falta de tempo, a rotina estressante da maioria dos casais e a falência dos serviços oferecidos pela escola pública, não podem mais servirem de desculpas para o abandono de crianças quanto ao seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e social.
Todos os artigos aqui apresentados foram elaborados para a Disciplina Distúrbios de Aprendizagem e Patologias, por mim ministrada durante os anos de 2008 e 2009, no curso de Pós-graduação lato sensu em Psicopedagogia da Faculdade Don Domênico em Guarujá � São Paulo, e os melhores utilizados para a presente publicação, dado que os temas estão muito presentes nos debates educacionais, principalmente entre os profissionais da psicopedagogia.
O artigo que abre a presente edição de autoria de Sueli de Aquino Lemos Zuccolotto, A desvalorização do brincar pela família do século XXI, apresenta uma discussão sobre a família na modernidade e sua dificuldade em atender às necessidades das crianças quanto ao brincar. Enfatiza também que a falta do brincar em família pode afetar negativamente o desenvolvimento da criança. Tem como referência as propostas de Bronfenbrenner, Brogère e Winnicott.
O artigo de Rejane Monteiro Gonçalves, A necessidade de incentivar a aprendizagem da língua inglesa desde a infância, mostra que é possível aprender concomitantemente duas línguas, a materna e uma segunda língua, desde que alguns cuidados sejam tomados. É um tema atual, pois muitos teóricos apontam a plasticidade do cérebro e suas famosas janelas de aprendizagem, enquanto outros teóricos chamam a atenção para o fato da criança confundir-se com duas línguas, não aprendendo corretamente nenhuma delas.
Contadores de história e o prazer da leitura é o tema de Rivaldo José de Moura em A participação ativa dos pais na arte de contar histórias. Neste artigo o autor mostra o quanto os pais podem incentivar o hábito da leitura em seus filhos em momentos de intensa ternura, a hora de contar histórias às crianças.
Érica Letícia em seu artigo A participação da família na melhoria do desempenho escolar e qualidade educacional, utiliza-se das leis para nos mostrar o quanto a criança tem garantido, pelo menos na teoria, o direito de ser educada e cuidada pela família e pelo ambiente escolar. Seu texto nos faz refletir sobre o que estamos deixando de oferecer as nossas crianças, em tempos de intensa correria e luta pela sobrevivência.
Atualmente muitas leis têm sido feitas a fim de garantir o uso de gravadores em sala de aula, maior tempo para poder realizar trabalhos e provas orais para alunos com o diagnóstico de dislexia. A autora Giselia Souza dos Santos de Almeida em seu trabalho, Dislexia: um grande desafio em sala de aula, mostra alguns sinais deste distúrbio, para facilitar sua identificação precoce em sala de aula, as leis que amparam o aluno e algumas �dicas� para os professores. O artigo também é útil aos familiares que compreendendo a dificuldade do aluno poderá colaborar para seu melhor desempenho em sala de aula.
Mais um artigo sobre família, desta vez da autora Luciene Maciel Moraes Santos em seu artigo O papel da família na educação emocional de seus filhos, encerra esta edição. O trabalho enfatiza o quanto os pais são modelos pra seus filhos, infelizmente nem sempre positivos. Mostra os tipos de agressão sofridos pelas crianças e analisa o tema a partir de teóricos como Bruno Bettheim, Augusto Cury e Içami Tiba.
1. A desvalorização do brincar pela família do século XXI
Sueli de Aquino Lemos Zuccolotto
2. A necessidade de incentivar a aprendizagem da língua inglesa desde a infância
Rejane Monteiro Gonçalves
3. A participação ativa dos pais na arte de contar histórias
Rivaldo Jose de Moura
4. A participação da família na melhoria do desempenho escolar e qualidade educacional
Érica Letícia Teles de Oliveira
5. Dislexia: um grande desafio em sala de aula
Giselia Souza dos Santos de Almeida
6. O papel da família na educação emocional de seus filhos
Luciene Maciel de Moraes Santos